A ecografia revelou que a sua cobra era mais do que um simples animal de estimação.
Enquanto Cassandra olhava para o ecrã do ultra-som, o seu coração caiu com o choque. A percepção que tinha da sua serpente favorita foi destruída pelo que testemunhou. Ela levou o Reggie ao veterinário porque pensou que ele poderia estar doente ou a agir de forma estranha, mas a situação era muito pior do que o previsto.
Há semanas que ela dormia tranquilamente ao lado de Reggie sem saber as suas motivações. Agora, só a ideia disso dava-lhe arrepios.
Toda a gente na pequena e pacata cidade de Bar Harbor conhecia a identidade e as relações de cada um, e os rumores abundavam. Assim, as histórias começaram quase imediatamente quando Cassandra, uma mulher solteira na casa dos trinta com gosto pelo isolamento, se mudou para a casa ao lado de uma enorme pitão chamada Reggie. As pessoas começaram a preocupar-se cada vez mais com a sua segurança, pois não conseguiam compreender porque é que alguém desejaria viver com um parceiro tão estranho.
Cassandra persistiu, apesar dos olhares de reprovação e dos sussurros. Depois de o seu antigo dono a ter abandonado, ela adoptou Reggie de um centro de salvamento de animais exóticos e os dois formaram uma ligação inquebrável.
A cobra era ideal para a sua casa minúscula porque não precisava de manutenção e não ladrava sem parar como o cão pequeno do vizinho. Para além disso, ainda não tinha criado qualquer problema.
Como é habitual para os criadores de répteis, Cassandra sempre manteve a sua pitão num viveiro com uma lâmpada de aquecimento. No entanto, ela decidiu reforçar os laços e promover a relação entre as duas, uma vez que se sentia cada vez mais sozinha. Pensou sinceramente que poderiam estreitar a sua relação. Cassandra teve a ideia depois de observar o cão do seu vizinho, que era obrigado a dormir lá fora todas as noites, e a sua relação aparentemente frágil.
Cassandra decidiu desenvolver mais a relação entre eles para estreitar a ligação e demonstrar a sua devoção a Reggie.