Um drone capta o que ninguém deveria ver

O piloto do drone reparou em algo estranho enquanto sobrevoava a floresta tranquila – o que a câmara captava mantê-lo-ia acordado à noite.  

O coração de Jonathan acelerou quando a câmera do drone focou na floresta. Algo que fez o sangue de Jonathan correr frio entre as folhas e os ramos. “Isto não pode ser…”, sussurrou. 

Tinha de o denunciar imediatamente às autoridades. Com os dedos a tremer, Jonathan pegou o telefone.  

Desde que foi despedido do Charmouth Gazette, Jonathan tinha-se esforçado por reacender a sua paixão pela reportagem. A maior parte das suas ofertas de escrita tinham sido recusadas e os cheques do trabalho de freelancer mal cobriam as contas da mercearia; tinha tentado vender qualquer artigo de freelancer que conseguisse, mas já nada interessava aos editores. 

Nessa altura, os seus pensamentos mudaram. Começou a observar mais o mundo natural à sua volta, o que influenciou muito a sua vida em Charmouth. Foi então que Jonathan teve uma ideia. As costas rochosas e os mares agitados que rodeiam Charmouth provocavam frequentemente tempestades violentas e imprevisíveis.  

Se ele conseguisse captar imagens únicas de furacões com o seu novo equipamento, isso poderia fazer com que os editores dos jornais lhe voltassem a pedir ajuda. Assim, uma manhã, depois de fazer compras com as suas últimas poupanças, tirou da caixa um drone de alta tecnologia novinho em folha.  

Nuvens cinzentas agourentas acumulavam-se sobre a baía e os boletins meteorológicos alertavam para a aproximação de uma forte tempestade. 

Jonathan vestiu o casaco, pegou no controlo remoto do drone e dirigiu-se ao seu local preferido no topo do farol.