Alzheimer: novo teste diagnostica 15 anos antes dos sintomas

Este teste pode identificar a doença até 15 anos. Antes do início dos sintomas é muito mais simples do que os métodos de diagnóstico atuais, que envolvem uma punção lombar e uma PET scan. Cientistas suecos desenvolveram uma nova análise ao sangue, semelhante a um teste de colesterol, que pode diagnosticar a doença de Alzheimer com 97% de exatidão.

 O teste é efectuado com uma gota de sangue obtida através de uma picada no dedo, à semelhança de um teste de colesterol. Um teste com estas características poderia revolucionar o diagnóstico de doenças. Por exemplo, poderia permitir o rastreio de indivíduos com mais de 50 anos de idade.

Para diagnosticar a doença de Alzheimer, um novo teste mede os níveis da proteína p-tau 217 no sangue. Esta proteína acumula-se no cérebro e pensa-se que é a causa da doença. A concentração de p-tau 217 no cérebro começa até 15 anos antes dos primeiros sintomas. De acordo com um estudo publicado na revista científica JAMA Network, investigadores da Universidade de Gotemburgo, liderados pelo Dr. Nicholas Ashton, efectuaram este teste em 786 pessoas com uma idade média de 66 anos. Cerca de um terço dos pacientes registou perdas de memória, enquanto os restantes dois terços não.

Os cientistas classificaram os participantes em dois grupos com base nos níveis de p-tau 217 no sangue: os muito susceptíveis de desenvolver a doença e os muito pouco susceptíveis de o fazer. Cerca de um quinto dos participantes situava-se entre estes dois grupos e necessitava de uma punção lombar ou de uma PET para determinar a probabilidade de desenvolver a doença. Por conseguinte, este teste continua a exigir ferramentas de diagnóstico adicionais, mas em muito menor grau. Os investigadores preveem uma redução de 80% na sua utilização. O estudo mostra que esta técnica de diagnóstico tem uma precisão de 97% na detecção da doença de Alzheimer, o que a torna tão eficaz como os testes e exames atuais, mas mais rápida e simples.

Os investigadores demonstraram que o diagnóstico precoce é crucial para o tratamento da doença de Alzheimer com anticorpos monoclonais. Estes tratamentos podem reduzir as placas no cérebro e abrandar a progressão da doença.

No entanto, alguns cientistas estão preocupados com a possibilidade de testar indivíduos assintomáticos que podem nunca vir a desenvolver a doença, mesmo que tenham marcadores da doença no sangue